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  • July 19, 2013

asil – 06/07/2013 – 07h47

Casa da Liberdade homenageia fotojornalista brasileiro

Alcir Silva é um fotojornalista carioca que, há 32 anos reside em Nova York. Para chegar até a cidade, Alcir utilizou um meio de transporte pouco convencional: um navio cargueiro. “Pensei que fosse morrer em alto mar!”, espanta-se Alcir até hoje! Não é de surpreender a afirmação, afinal a viagem levou 27 dias. Mas, ao avistar a cidade, esqueceu todo o desconforto do navio e se deixou dominar pelo encantamento. Ao se deparar com a estátua da Liberdade, pensou: “parece tela de cinema em preto e branco”.

Exposição de Alcir Silva (Teoni Calaça)Exposição de Alcir Silva (Teoni Calaça)


Como qualquer estrangeiro recém-chegado, Alcir trabalhou em bares e restaurantes, mas logo depois comprou uma câmera e começou a fotografar. 

Gostou tanto da ideia, que decidiu aprofundar os conhecimentos na Parsons School of Design, considerada uma das melhores escolas de artes visuais dos Estados Unidos.

Seu primeiro trabalho como fotógrafo foi para editoras norte-americanas, que usavam as fotografias em capas de livros. Trabalhou ainda para alguns jornais norte-americanos, mas logo começou a colaborar com a imprensa brasileira, numa tentativa de manter contato com o Brasil, mesmo morando no Exterior.

Foi correspondente internacional de vários veículos brasileiros. A lista inclui: as revistas “Manchete”, “Isto é”, “Época”, “Caras” e “Exame”, além dos jornais “O Globo”, “Estado de São Paulo” e “Jornal do Brasil”. Atualmente trabalha para a revista “Veja”.

Sua trajetória como correspondente fotográfico internacional, inclui reportagens em países como Israel, Cuba, França, Tailândia, México, Colômbia, Chile, Alemanha, Espanha, dentre outros.  Em suas coberturas, presenciou acontecimentos que entraram para a história, como em 2001, quando registrou de sua janela os ataques às Torres Gêmeas. Talvez, um dos momentos mais emblemáticos de sua carreira.

Alcir Silva acumula grandes coberturas jornalísticas na carreira As fotografias de Alcir Silva fazem parte dos livros “Melhores do ano”, publicados pela “Folha de São Paulo”. Elas também fazem parte do acervo do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo.

O trabalho do fotojornalista já foi reconhecido várias vezes.  Agora, foi a vez da Casa da Liberdade homenageá-lo na Flip 2013, com a exposição “Imagens Essenciais da Liberdade – A lente de Alcir Silva”, que permanecerá aberta ao público até domingo.


A ideia de fazer uma pequena coletânea das obras de Alcir foi da própria Casa da Liberdade. As fotos foram escolhidas pela jornalista Cintia Carnut, que selecionou vários trabalhos, não necessariamente recentes. Mas, que mostrassem uma linguagem universal de liberdade. 

Todas as fotos estão em preto e branco. O objetivo é relembrar a chegada de Alcir em Nova York. Afinal, como frisou o fotógrafo, a cidade “parecia uma tela de cinema em preto e branco”.

As fotos poderiam ser tiradas em qualquer lugar do mundo, desde que não perdessem o encantamento. A maioria delas apresenta uma universalidade, abordando acontecimentos comuns ao dia a dia.

Afinal, em toda a sua trajetória profissional, Alcir sempre foi capaz de demonstrar sensibilidade e precisão para eternizar a instantaneidade da cena relatada.

Por Thaís Constante